Há dias, muitos, que me sinto orfã. De pai.
Olho para mim, bala fazendo ricochete. E tenho-te dor.
Vejo-te pai. Em mim.
No meu olhar para além dos montes que fazem a linha que separa o sonho, da terra fecunda e do mar amado.
Nas pernas cruzadas, baloiçando, criança distraída e embalada no seu mundo.
No canto triste e saudoso de vidas que ficam por viver.
Nas mãos entrelaçando vontades e desejos que não se concretizarão.
Nas verdades que juro as tuas minhas juras.
E na desilusão dos ombros caídos.
Há dias pai, que eu tenho o teu rosto, a tua voz e o teu sorriso.
O teu choro.
A tua humildade. O teu amor.
A tua identidade.
Um pedaço grande da tua eternidade.
3 comentários:
Então minha querida?
Nem parece sábado. E de sol.
Arriba, válá!
Bejiiiinho....
Há dias assim.
Tristes, nostálgicos, mas belos, com a pureza da infância a emergir das máscaras falsas e hipócritas do mundo adultos.
Foi, um dia assim!
É um momento.
Cada vez mais existem momentos. Tristes, nostálgicos e belos. Cada vez mais há dias assim, puros. A infância cola-se com a velhice. Será que estou a ficar velha?
Abraços e beijos.
Não sei quem é a Anónima mas também não é importante.Se não quis tirar a máscara falsa e hipócrita do mundo dos adultos.
Há dias em que não se consegue fazer isso...
Enviar um comentário