Cheguei à estação às 8,16. Faltavam quatro minutos para o autocarro partir. Folgadíssima, parei uns minutos na boutique 111 para perceber que as roupas da montra pouco melhor são que as da montra dos chineses, mesmo ao lado, mas os seus preços são como a noite do dia. Na estação apenas se encontravam dois autocarros. O espaço habitualmente ocupado pelo meu autocarro estava vazio. Partia um autocarro, no momento. Olhei de novo o relógio. Era o branco. Se fosse o azul, dava-lhe o desconto de 4 minutos, pois que está atrasado esse tempo desde que o comprei, só que ainda não descobri como acertá-lo. Afinal, é só uma questão de fazer contas. Corri para a rua de onde chegara. Com um pouco de sorte, o motorista conhece-me e pára. O sr. margarido está a fazer outra volta, agora que não há putos para a escola. Mesmo a tempo, e afogueada de todo, vejo surgir o autocarro. E leio a letras vermelhas e saltitonas - ABRANTES - Fiquei a falar sozinha. Acho que até sairam uns impropérios, como de costume. Voltei para trás, a pensar já na minha vida a andar para trás. Com o tribunal em férias judiciais, os funcionários foram para férias e há um pequeno número assegurando os serviços urgentes, telefone e entrada de papéis, bem assim como o público. Isto quer dizer que eu tenho de estar às 9 horas no meu posto de trabalho pois estarei sozinha na minha secção. Isto quer dizer que se o mano Zé não me puder levar a Alcanena, estou frita. Ia eu pensando na minha triste sina e incrédula por o autocarro arrancar quatro minutos antes da hora, quando surge nervosa uma das " marretas " que se senta sempre no primeiro banco junto ao motorista. Então, para aonde foi? Não viu o autocarro? disse ela, com ar de ter andado à minha procura. Não, disse eu. - A gente viu-a a correr e vimos logo que não nos tinha visto, acrescentou. Quando entrei no autocarro os meus companheiros de viagem, num total de seis riam que nem uns desalmados, divertidos com a minha confusão. Então não nos viu? perguntou a outra " marreta ". Já não me envergonho assim às primeiras, porque se não, hoje era dia. Em vez disso ri-me com eles e encolhi os ombros. Mais um susto. Pequeno mas que incomodou. E ainda eu, não tive que aturar os putos, pois se eles estivessem não faltaria um f******, a kota está esclerosada de todo, meu!... Foi assim que iniciei o meu dia, após quatro dias de sossego, descanso e lazer. Xiça, penico, chapéu de coco!!!!
quarta-feira, 20 de abril de 2011
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