Lembro-me de ti, ainda eu, menina de colo. Tal como me lembro de mim. Num retrocesso ao princípio da minha memória, sei-me assim lembrando-te, com três anos.
Tinhas vinte e dois anos. Eras uma menina. E eras linda.
O teu Universo cabia num livro de bolso. Apenas nós. Mas tinhas um mundo maior do que o Universo de todos os outros.
E diariamente fizeste disso um modo de vida. Nossa a tempo inteiro, o tempo todo. Sorrindo e esperando amanhãs.
Hoje sei o que é seres tu, Mãe! Deixaste-me essa parte de o ser vinte e quatro horas eternamente.
Não tenho a tua serenidade.
Nem o teu altruísmo de dar sem esperar receber.
Nem o teu olhar terno e bondoso que abençoava tudo o que olhavas.
Nem a tua capacidade para o sofrimento e para a resignação...
Tento emitar-te, seguindo-te os passos e um dia hei-de ser como tu.
Muitas vezes desejo o teu colo, ou voltar a ser feto para que me protejas e quando assim é sinto que estás onde Deus te colocou, olhando-me e sinto a tua festa na minha cara, a tua voz no meu ouvido, a tua presença na minha vida.
És o meu Anjo de Luz.
Obrigada Mãe!
domingo, 2 de maio de 2010
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