É um prazer imenso poder dar-te os parabéns.
Porque estamos vivas, e hoje completas mais um ano.
Porque ainda somos amigas e por isso aqui te saúdo.
Desejo-te tudo de bom. Sempre desejei.
As minhas lembranças de infância, desde os cinco anos que fiz, no dia em que passei a ser tua vizinha, muro com muro, casa com casa, estão guardadas em mim como um tesouro.
Vivemos muitos anos lado a lado. Naqueles anos tão importantes para o nosso crescimento. Tivemos a cumplicidade das amigas como irmãs. Fizemos muitas traquinices juntas, cantámos muito, mascarámo-nos, andámos de bicicleta, corremos a Vila Alice, a Senado da Câmara, apanhámos o autocarro até à cidade alta, a casa da tia Ermelinda e tia Argentina. Fomos à praia, à missa a S.Paulo, agora Sambizanga, fizemos roupas para as bonecas, fumámos negritas avulsos na casa de banho da Joaquina, comprámos " marlene " avulso, na drogaria, pintámos os lábios de castanho, baton inventado por ti, de lápis dos olhos e creme nívea, comprámos sapatos juntas na sapataria Cruz, e até comprámos óculos de sol, ali na Mutamba, eu safilo e tu dior. Corremos a baixa, entrando nas boutiques, experimentámos calças pata de elefante no Augustos, comprámos madame rochas na Romy, ao pé da loja Quintas, lanchámos na Paris ao fim da tarde, apanhámos boleia para a Ilha, ou fomos aprender a nadar com o Borges da Cunha no seu ford capri. Comprámos a mistela para nos bronzearmos, um misto de óleo de coco e tintura de iodo, fomos à matiné ao Miramar, jogámos às cartas e ao stop, trocámos confidências...trocamos confidências, ainda hoje.
Como é bom ter uma amiga desde os cinco anos de idade!
Telefonei-te e não atendeste. Deves estar com a tua cria mais nova em Madrid.
Desejo, do fundo do coração que estejas onde estiveres, estejas feliz, festejando o dia de hoje.
Com as tuas pessoas.
Um abraço do tamanho do mundo Fatinha.
Gosto muito de ti.
2 comentários:
Querida amiga.
Gostei muito deste teu presente.Recordar é viver! Ler o que tu escreves dá-me a certeza que tudo não passou de um sonho, tivemos sim uma infância LINDA, recordo tudo com muita saudade, a mistela do óleo de coco com a tintura de iodo vinha numa garrafa enorme (tinha que durar todo o verão) vinha congelado, tínhamos de a enterrar na areia quente depois quando a desenterrávamos aparecia como que um toque de magia um óleo maravilhoso, não fosse a tintura até dava vontade de levar à boca. E as aulas que nós dávamos retratando as nossas queridas professoras, cujo quadro era a porta da casa de banho da Joaquina, e depois era ouvir o meu pai que Deus o tenha. Na drogaria aproveitávamos para fazer uma maldadezinha com o "rabeca" até que um dia levámos uma reprimenda da mãe dele. Esqueceste-te que o baton ( o lápis ) era aquecido com um isqueiro.
Por acaso ainda te lembras quando jogávamos ao stop o quê que o Armando e o Lelo quando perdiam nos faziam?
E finalmente eu não estava em Madrid, mas sim em Lisboa, e ainda falámos ao tm.
Que bom ter uma AMIGA desde os cinco anos, é que eu fiz cinquenta e sete.
Bjos e aquele abraço do tamanho do mundo.
Fatynha
Obrigada querida por vires finalmente ao blog dar um ar da tua graça. Tanta coisa que eu teria para dizer...tantas coisas boas que fizemos durante os anos que vivemos perto uma da outra. Fui tua vizinha até quando estava para sair de luanda...e vocês e a Milú e sua família foram as últimas pessoas que vi antes de rumar a Portugal. Graças a Deus que ainda nos vamos vendo, agora menos, não é? e falamos e somos o que sempre fomos, amigas.
Beijo grande.
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