A Pitanga cresceu. E é uma mocinha. E anda doidinha. E eu que a ature.
Que presente, Maria Manuela... não fosse gostar já tanto dela e diria que...envenenado.
Porque será que toda a gente acha que quando uma mulher fica sozinha, deve arranjar um cão ou um gato na falta de humanos?
Eu se fosse desses humanos, ficava ofendidíssimo, mas... os humanos não se queixam. Devem gostar de ser comparados aos gatos e caninos de companhia de senhoras sozinhas e a caminhar para menos novas.
Comigo também aconteceu assim. Porque não arranjas um cão? Ou um gato? Ou peixinhos? Ou tartarugas? Ou...o raio que os parta. Porque, arranjado o animal, começam as piadas.
Felismente para mim que tenho cara de sargenta, não têm coragem de fazer graçolas descaradamente e até tenho uma gatinha, género feminino...mas fica sempre no ar que, já não é capaz de...já se virou para...ou agora só bichanas.
Encolho os ombros porque nunca fui de me preocupar com o que a cambada diz.
Mas, a Pitanga anda doida. E parte-me tudo. E salta e quase relincha.
Hoje, dia 1 de Maio, sábado feriado, dia do trabalhador, agarrei nela pelo pescoço, abri-lhe a bocarra e espetei lá para dentro a primeira pílula de muitas que sucederão. Estava nervosa. Eu, mais que ela. E se falhasse? Mas não. Correu tudo bem, muito bem.
E assim, num dia inesquecível para o Mundo, a minha Pitanga toma a pílula pela primeira vez...
Que linda e importante que ela é.
Apesar dos pesares, ainda bem, Maria Manuela, que a Pitanga foi encontrada abandonada e me veio parar às mãos. Tem sido uma feliz surpresa e permite que eu continue a ralhar, rir, preocupar, aborrecer, tropeçar, praguejar e proteger, para cá da porta de casa.
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