terça-feira, 20 de setembro de 2011

o silêncio dos cobardes

Alguma vez, pelo menos uma, meteram medo a um susto?
E a certeza de que alguém preferia antes perder dinheiro a bater com os olhos em vocês?
Não? Vá lá, não sejam mentirosos. Nunca mesmo? Então são pessoas em vias de extinção e toda a gente gosta de vos encontrar e conservar. Ou estiveram e estão rodeados de gente de primeira. E são gente que já não existe. Parabéns.
Pois como já perceberam, eu tenho umas pessoas que andam por entre os pingos da chuva para não se cruzarem comigo. Só pode. Mas de vez em quando lá calha o fatal destino a pô-los à minha frente. Rsrsrsrsrsrsrsrs! Dirão eles, com voz trémula e sumida, para o coraçãozinho pequenino, apertadinho e acelerado, para a cabeça do tamanho de um melão e para a alma igual a uma cabeça de alfinete.
E então é assim: num lugar que não vem agora ao caso, alguém está ao telemóvel. Seguro, bem disposto. Gesticulando relaxadamente. E eu subo a rua. E vejo a criatura. E continuo a caminhar encurtando a distância que nos separa. Quando estou a uns 10 metros a dita vira-se e bate com os olhos na minha figura. E reconhece-me. E leva um susto. A bem dizer, sempre que me vê, a criaturinha leva um susto. Já devia estar habituada. Eu já. Com a sua atrapalhação. Tenho de mudar de rua. Curvo à direita. É o meu percurso de sempre. Parece que lhe oiço o suspiro de alívio. E como sempre, sinto pena desta pessoinha. Deve ser tão mau o que sente, embrulhada que está numa cobardia de se fazer de morta há uns anos! Ser verme deve ser o pior que há no mundo. Digo eu que me consigo pôr no lugar do outro.
E por falar no mundo, dei comigo o resto do caminho até casa a pensar que não há ninguém, mas ninguém mesmo, zero, neste mundo de Deus, que me faça virar a cara, baixar os olhos, mudar de passeio, de rua, só para não ter de o enfrentar.
Arrogância? Pensem o que quiserem. Até porque alguns não me conhecem. É justo. Mas eu sei que é assim, sem qualquer arrogância. E não é porque sou provocatória ou desejo muito confrontos. É antes porque se calhar enfrento tudo e todos por achar que temos de ser deste jeito. Afinal sou gente ou um insecto? E devo dizer que não era assim. Era medrosa e frágil. Foram pessoas como esta que hoje tinha preferido perder dinheiro a encontrar-me, que me fizeram mudar. Há males que vêm por bem. E no final das contas, esta pessoinha que se remete ao silêncio dos cobardes há tanto tempo, tal como a sua corja, nem vale muito a pena.
E serve para que eu conheça melhor os meus limites.

7 comentários:

Anónimo disse...

parece k adivinho kem seja a peça!!!!!

Maria Clara disse...

Ahahahah! Pode ser.
Mas olha que esta criatura vive aqui em Torres.

Anónimo disse...

calculo.....deixei-te msg no facebook

maria disse...

Minha amiga, foge de desencontros desses que só atrasam a vidinha.
Gente sem coluna vertebral é rasteira demais.

Anónimo disse...

E chamas gente a cobardolas?
Pra mim são mais rasteiros que vermes!

Anónimo disse...

Não não é anónima.Fui eu mesma que escrevi o ultimo comment.

elena sines

Maria Clara disse...

Oi Lena. É que se não pôes o nome fico à toa. Só há um Anónimo que sei quem é, até porque depois dos comentários, falamos disso. Por isso te peço que ponhas o teu nome sempre, ok?
Beijos.