sexta-feira, 10 de agosto de 2012

hoje é sexta-feira


A sexta-feira chegou. Tanto faz trabalhar, como estar de férias, ela chega. Rápido.
Ao domingo à noite, ainda com os pés o coração e a mente no fim de semana vejo a semana como um monstro que se ri de escárnio da minha amargura a caminho da solidão do Ribatejo a que me voto, cada vez mais e me quer estrangular devagarinho numa tortura tântrica.
É um momento. Depois os dias sucedem-se e quando dou por isso passou mais uma semana. Pelo caminho vou deixando afazeres, prazeres e obrigações, vou aproveitando outros, vou-me demitindo d’outros ainda.
Os dias passam velozes quando há objectivos. Passam velozes quando há trabalho ou quando dormimos. Quando sonhamos e quando com os pés assentes no chão e a lucidez nas atitudes, nos  conformamos. Os dias passam velozes…
Hoje é sexta-feira. Vejo-a acenar-me sorridente num piscar de olhos maroto.
O tempo é soberano, tirano e prepotente. E tem os seus tempos e seus trejeitos. Passa pela segunda e boceja, espreguiça-se e ironiza. Depois pela terça testa-nos a paciência. Quando chega à quarta, sorri tranquilo. O dever cumprido, meia-meia. À quinta o tempo é traquina e empoleira-se nas horas, nos nossos desejos e expectativas. Espreita o dia seguinte e sai à rua contente. Aguarda o dia seguinte na boa. Finalmente o tempo tem a sexta a seus pés. Na sua pele. Nas suas vísceras. E sente-se eufórico. Exageradamente leve e ansioso. O tempo é o nosso melhor amigo. Aliado.
À sexta-feira, o tempo é um menino cheio de ilusões a quem apetece dar beijos nas bochechas e apertar-lhas e agradecer-lhe estarmos vivos.
Hoje é sexta-feira. Acordei mais livre. Nem sempre o Ribatejo me deprime e prende. Em dias como hoje, o Ribatejo é amigo e dá-me uma palmada nas costas. Parece que o estou a ouvir dizer  que vá viver o meu fim de semana como quero, posso e sei fazer, a tempo e a horas.
E eu vou, não tarda muito. Graças a Deus. 

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