A cidade parece uma colmeia.
As quitandeiras...abelhas.
Coloridas, bonitas. Jovens e modernas.
Yah madrinha...ta-se bem...
O saco da castanha de caju assada vale 2000, na minha mao.
Na loja, vao pedir o dobro, estas a pensar o queh? Sao gatunos mesmo...
Compra soh entao, mae.
Eueeh, vou ficar mesmo com tudo, daquela hora. Vai estragar memo...Tia compra la entao...
E noos sabemos que eh uma tanga dos diabos, mas ainda fazemos contas de cabessa... e eu, particularmente eu que estou de passagem, olho-as e compraria o que me oferecessem. Mas nao posso levar. Fiscalizam todos os artigos angolanos, nos servissos de fronteira.
Fico-me na boa intenssao, as tais de que o Inferno estah cheio.
Vou fazer o queeh?
Quando recebo telefonemas e mails desejando que eu me divirta na minha terra, eu sorrio jah divertida.
Eu vim Sentir, mais do que me divertir.
Mas teem razao, as minhas pessoas, quando formulam esses votos.
E divirto-me com os dialogos com estas meninas mulheres, que ja nao sao o que eram. Jah nem apregoam alto os seus produtos. Nao eh preciso. Vendem-se na hora. Ontem uma miuda de talvez 14 anos, trazia travessas de loussa, ah cabessa. Tia, quer travessa?
Enterneci-me. Ia ser porreiro, comprar travessas para levar para Portugal... E outra de seguida, com uma loja ambulante na cabessa, ofereceu-me formas de bolos, tabuleiros de irem ao forno e panelas. Soh se tivesse uma tampa, para a minha panela, eh que eu comprava...e mesmo assim...tinha que fechar bem, como as panelas de pressao, que a quitandeira nao estava a vender, que provavelmente, jah nao se vendem...que sirva ao meu tacho, convenhamos.
Ja me imagino ah chegada a Lisboa de travessas em punho e...com a tampa para meu tacho de brasso dado...ahn, eh que teria sido boa ideia voltar a Luanda...
Outro assunto a abordar, sim e que mete quitandeiras tambem, e homens de cabelos brancos e com familias em Portugal e, criancinhas mestissas, aqui na minha terra.
Para quem tinha medo que Angola ficasse cada vez mais negra, desiludam-se. Os mulatos vao continuar, enquanto houver portugueses, tampas que deixaram os tachos velhos e gastos pelo tempo e pelas canseiras, no puto e que encontraram outros tachos mais novos e disponiveis, em Angola, onde o sol eh mais quente e o apelo mais forte.
Mas, de quitandeiras modernas eh que quero falar.
Sao estes momentos, da execussao do seu trabalho, da forma como o fazem, que me divertem, e eh nas pequenas coisas que eu me lembro de todos os votos que me fizeram e fazem.
Hah momentos impagaveis de hilaarios que sao. O meu povo eh divertido, de piadola baasica mas ingenua e tem a capacidade e a inteligencia de se rir de si proprio.
Na Vila Alice, em frente ao cinema Atlantico e ah Escola Industrial, as quitandeiras nascem como formigas. Pude observa-las enquanto esperava pelo Tiago que fora abastecer de gasolina, o carro, ali em frente ao Liceu Feminino, enquanto eu fui as compras ao supermercado sul africano, que eh um luxo e tem tudo ou melhor que o Continente, ou outros.
Teem entre os 15 anos e os 30.Todas negras. Os cabelos compidos e cheios de trancinhas elaboradas e arrematando com uns elasticos coloridos.Blusas de alsas, de algodao, garridas, claro,em vez dos quimonos.E corsarios. Corsarios de ganga, a substituirem os velhos panos que vinham do Congo. Nos pees, invariavelmente, havaianas. Uma mao, agarrando a mercadoria que estah na cabessa e outra no...telemovel.
Ah pois eh! Nunca viram quitandeiras de telemovel, pois nao? Pois eu estou na posse dessa visao deliciosa, ridicula ( ? ), estranha, divertida, moderna, que eh ve-las aderirem ha modernidade dos tempos. E assisti a uma conversa entre uma menina que vende na rua o seu artigo e sabe-se la quem, mas alguem que do outro lado a diverte e a faz rir e falar alto e bem depressa, o que diga-se de passagem, nao eh dificil, ou seja, que a mantem em contacto com o mundo.Ja quase nao ha quitandeiras como nos velhos tempos, mas estas, as suas sucessoras, sao modernas, competentes, bonitas e divertidas. E eu, divirto-me com elas.
P.S.
Nada do que se possa afirmar eh de facto a verdade absoluta. Neste momento, chega ao oitavo andar da casa onde estou, que a Nica abriu as portas e janelas para a casa respirar, pois a partir do fim da tarde e por causa dos mosquitos e do ar condicionado, tudo tem que estar fechado, mas como estava a dizer, chegou aqui o som dos pregoes das quitandeiras, na rua. Soh me apeteceu ir ah varanda, e acenar-lhes e mandar-lhes beijos. Deus estah atento e eu estava a fugir ah verdade, mas Ele tambem percebeu o meu lamento. Andava um pouco triste, por ainda nao ter ouvido que... eh peixieeeeeeh... eh laranjeeeeeeeeeeh...
Sublime, Guanazambieeh ( Deus )
Tu a sa kidila ( obrigada ).
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
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