Disse o velho: Parece que estou a conheceh-lo...nao?
O outro respondeu: talvez sim.
O velho: Mas nao sei de onde...
O outro: Se calhar da prisao, em 77, ou da psiquiatria. Jah sei foi da psiquiatria.
Estivemos lah, juntos em 92.
Depois de ter estado preso, da guerra, toda aquela infelicidade.O poder e a forssa.
Eu tinha sangue na guelra...fiquei perturbado e internaram-me.
O velho: talvez sim...Nao muito convicto.
O outro: Vamos ah raiz das coisas.Ao nosso passado lah mais longinquo. Do Rangel.
Eu sou do Rangel, eh mas eh de lah.
Entao nao eh de S Paulo?disse o velho.
Nao, apesar de S.Paulo ser tao grande.Agora que nao hah Juntas de Frequesia e sim postos administrativos, e isto olhando para mim, a brilhar com a noticia e imaginando que eu nao sabia.
Continuou a falar mais para mim que para o velho.Eu sou do Rangel, mas antigamente, ateh havia um proverbio a explicar a vaidade de ser de S.Paulo. Voceh eh de S.Paulo?Respondi afirmativamente.
Continuou: S.Paulo era a maior freguesia de Luanda e os nascidos aqui tinham muita honra e quando lhes perguntavam: De onde ehs? respondiam: Sou de S.Paulo da Assunssao, da capital de Luanda...
Lindo, simplesmente delicioso o que eu vim aqui ouvir, casualmente.
O velho cossou a cabessa, perguntou ah senhora funcionaria se demorava muito, esta disse que tinha que aguardar pela assinatura do senhor padre.Entao, o velho desistiu de esperar, apesar do dialogo e de ter passado ah frente dos outros mais novos.
Agradeceu, pos o chapeu na cabessa, acenou com a mao, disse-nos adeus a todos. Meus senhores, muito bom dia.
E para o outro: Entao vamo-nos vendo por aih.
O outro: Sim, enquanto for vivo, ando por aih...
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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