sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fazer compras

Paramos no supermercado MARTAL.
Ali, junto ah Antonio Barroso.
Existe desde o tempo em que Angola era portuguesa.
Do outro lado da rua, muitas mulheres. Divertidissimas.
Esperando por gente como nohs. Vivem de esquemas.
Barulhentas e sorridentes, correm direitas aos automoveis que estacionam.
Madrinha, me chamo Teteh.
Quer um carro?
Vai sem medo, lhe tomo conta.
A Ana Maria trata-as com distancia.
Nao quer confiansas. Diz que nao pode ser, que sao abusadas. Elas conhecem-na. Elas conhecem os clientes todos do Martal. Cresceram ali, naquela esquina. Nas costas das maes.
Vivem de recados que fazem aos adultos que podem pagar.
Nas maos, massos de notas velhas. As notas menos valiosas.5 kuanzas, 10 kuanzas.
Algumas ainda, vendem lotaria, outras fruta.
Madrinha, olha o milho.
E vemos massarocas enormes e perfiladas em circulo, dentro dos alguidares de plastico, que transportam de brassado ou ah cabessa.
Abrem uma massaroca e mostram o milho, acabado de colher, fresco.
A Ana atira: Nao vou comprar, nao gosto de milho.
Nao evito sorrir para dentro. Como eh que uma filha de caboverdianos, que viveu em Cabo Verde uns anos, nao gosta de milho? E a cachupa leva o queh, Ana?
Mas as miudas nao desarmam. E os maracujahs, tia? olhando para mim.
Os maracujahs eram lindos, parecidos com os do Mercado do Funchal, na Madeira. Amarelos e enormes.
A Ana, que apenas queria comprar mangas porque eu, mais atras, as gabara e falara com entusiasmo delas, disse-lhes que mostrassem as ditas e benditas mangas da epoca, porque jah choveu e jah amadureceram e estao maravilhosas.
Duas bacias apareceram de imediato, vindas do outro lado da rua, da concentrassao de quitandeiras e afins que ali se fazia.
Escolhe, madrinha.
Foram escolhidas mangas grandes e mangas pequenas, que estas ultimas sao bem mais gostosas, daquelas que nos lambuzam a cara e escorre o sumo pelos brassos ateh aos cotovelos.
Mas o habito das quebras eh tal que a minha amiga perguntou pelas quebras. E disse que tinham que dar duas pois levava de umas e de outras. E escolheu.
Minha amiga, duas das esquebra eh muito. E nao deveriam ser grandes, das esquebra sao pequenas.
Bem feita, Ana Maria, muito bem feita.
Quando jah estavamos instaladas, uma, a que nao conseguiu vender os maracujahs, ainda disse: Estou sempre aqui quirida, pode vir...
No rahdio, tocava uma musica em versao moderna, de Rui Mingas, instrumental, e apenas cantada no refrao. Banana podre, nao tem fortuna, frutatah, frutatah...
O Universo eh poderoso e guia-nos os passos e as intensoes.

4 comentários:

ângela disse...

Só para dizer que por aqui está tudo bem. A Pitanga hoje demorou a aparecer-me, apanhei um susto. Acho que ela faz birra por chegar tarde... mas depois só quer mimos. Beijos muitos.

m.c.s. disse...

Filhota, ela deve estar zangada comigo porque nao aparesso.E zanga-se contigo pelo mesmo motivo.Mas cuidado com as janelas e a marquise. Nem quero sequer pensar se acontece alguma coisa a essa bicha...Estah a ser dificil tomares conta dela, ou posso ficar sossegada? Depois compenso-te.Veh lah se levas com uma gata pelo Natal...era muito bem feito! Mas nao, que a Pitanguinha ficava cheia de ciumes.Beijos, muitos muitos, muitos.Todos bem repinicados, a babarem e a fazerem muito barulho.

ângela disse...

Ela está a ser um amor. É muito companheira. Mas hoje achou que era boa ideia enfiar-se dentro do móvel da televisão e do dvd. Tive de ralhar e levantar a mão, ela mostrou-me as unhas, mas agora esteve a ver o Benfica comigo no sofá. Ganhámos 4-0! :)

mira city disse...

A menina Clara e a filhota, pelo que estou lendo tb.gostam de gatinhos, já tive um que se chamava hiarrabibi,(este nome é efeito das novelas brs.) viveu comigo 19 anos, morreu de velhinho, chorei tanto como se de uma criança se tratasse, agora tenho uma gatinha chamada menina, todas as noites dorme comigo aninhadinha.beijinhos.celeste