quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Chamada

Pela manhah, um funcionario muito bem disposto, do alto do seu poderzinho conferido pelo lugar que ocupa, ali num sitio que, quem tem um olho, eh rei, fazia uma chamada.
Eu ainda nao tinha percebido muito bem qual era o meu papel, mas como estava a ver o papel dos chamandos, ouvia muito bem o dialogo entre utente e funcionario publico, igual em qualquer parte do planeta, concerteza.
Voceh eh japonees? perguntou o funcionario.
Sou sim senhor, respondeu o utente.
Voceh tem aqui tres nomes.
Tenho sim senhor.Entesando-se, como se estivesse na tropa e fosse a qualquer momento fazer continencia.
Japones Catumbula Cuba!
Sim senhor.
Ja foi no Japao?
Nao senhor.
E em Cuba?
Nunca estive, nao senhor.
Voceh nao tem bicos nos olhos, nem fala espanhol.
Nao senhor.
Nunca vi japones negro.
O homem sorriu envergonhado.
A sala hilariante gozava o prato.
O Sr. Japones Catumbula Cuba aguardou que o funcionario lhe desse uma ficha e de seguida abandonou a sala que lhe fora hostil, preferindo esperar na rua.
Eu e o Japones Cubano, cruzamo-nos passadas umas duas horas, quando estavamos ja na reta final.
Apeteceu-me dizer-lhe que burricasse na piadola. Tambem eu durante a vida toda, levei com, a Clarinha e as Pombas e com as Dores, heranssa de duas avos, e pais obsecados com a ideia de agradarem a uns e outros e em mim ninguem pensara.
O que vale eh que Deus dah costas largas a quem tem que carregar com estas cruzes, melhor dizendo, com estes palavroes em que se transformam alguns nomes.

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