Ontem à noite, dei comigo cheia de sentimento de culpa.Já não eram horas aceitáveis para que uma " mãe de família " andasse na rua e não estivesse ainda no sossego do lar, a tratar da sua cria.Pois...fui fazer compras para a dita cria.Estava para jantar fora de casa, e iria directa para um serão, não para trabalhadores, mas em família,com lareira, televisão, uma criança e tudo.Mas não.Não consegui.Que estava cansada e " podre " de sono. Não toquei no nome dela mas a " madrinha " percebeu. Claro que percebeu que a Pitanga embora sendo uma gata e não um cavalo, galopa a passo certo e incerto direita à conquista de um espaço na nossa casa e no meu coração.
Quando subi as escadas fiquei inquieta. Que seria que tinha aprontado? Porque não tenhamos peneiras. Ela já apronta.
Dei à chave, acendi a luz e chamei- Menina, Linda, onde estás? Chegou pachorrenta, sem pressa. Segura de ser a única, a poderosa. Uma perfeita dona do espaço, dominando, podendo...Estendeu as perninhas para a frente e olhou-me com o azul lindo do olhar. A madrinha que me perdoe, o puto lá de casa, também, mas eu já estava há espera deste momento há algumas horas.Uma lambidela nos meus pés e uma " turra " directa ao meu tornozelo. Depois levou-me ao sítio das suas refeições.Será que já é interesseira? Ah pois.
Queres festas? Então dá-me biscoitos. Queres lambidelas? Então dá-me paté e do gourmet.Não, é muito bébé.Vou acreditar que ainda é pura, ingénua e isenta de maldade.Mas não tenho ilusões. Lá chegará.
Por enquanto, salta para o sofá, para a minha cama e pendura-se no ecran do portátil. Uma dia destes tiro uma foto nestes preparos, que para uma menina eram escusados. Mas eu gosto de a ver empoleirada, como se o meu ecran fosse um baloiço.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
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