sábado, 31 de julho de 2010

informal e atractivo


Kixikila é um sistema informal de crédito. Contribuição colectiva, no meio onde o devedor se insere. Pode ser, familiar, de vizinhança, de amizade, ou profissional. A juro zero ou reduzido, passa por um contrato informal, baseado na palavra.
O grupo retira ao ordenado ou a outros proventos, uma certa quantia que empresta ao devedor. Por vezes, serve para comprar uma mobília, obras na casa, e outras melhorias para o conforto e bem estar.
O compromisso passa por mensalmente, ser paga a quantia a que corresponde o que cada um emprestou, a pagar um por um até se fechar o círculo e todos serem ressarcidos.
Embora seja uma prática antiga, surgiu na cidade há poucos anos.
Funciona e existe muita gente, quase sempre mulheres que utilizam este sistema de empréstimo, simpático, atractivo e bastante caseiro.
Ainda há gente que acredita. Ainda há gente honesta.Com palavra...de honra.

Desdobrável


Não resisti ao chamamento do mar. Desdobrei o banco e ficou em dois.
Não faz mal ficares nas minhas costas, ou eu nas tuas...porque o povo numa sabedoria de trazer por casa, diz que os anjos não têm costas, nem hérneas, direi eu...e eu, já te disse que acho que te sonhei com asas de anjo, poisando no farol da ilha, enquanto te esperava no banco, da pérgola, da Cidade Alta.
Para sonharmos estes sonhos dos tempos presentes que eram futuro e que por uma unha negra estão quase no passado.
O mar do verão é calmo e se agita apenas quando me sente esperando. Como que a dizer que espere sentada a tua viagem de volta ao tempo dos sonhos. O meu sonho nesta estação não ocupa mais do que um banco single, de pedra, contudo. Faço questão.
Mas num assim como assim, para o caso de quereres sonhar de companhia, quem sabe se, sonhos que se encontram nos caminhos da terra vermelha e barrenta, num tchim tchim de comemoração, eu te deixo escolher o lugar no banco, sem jogo da cadeirinha.
Quem disse que ficamos de costas? Eu?! Para olhar o mar e sonhar é só preciso virar o rosto e olhar de frente.
O além mar nos olhará naqueles olhões azuis, raiados de verde esmeralda e encontrará apenas a simetria do nosso olhar, que encaixa nos sonhos que algures foram sonhados nos tempos, ou predestinados a serem sonhados.
Às vezes, o lugar comum tem a dureza da pedra e a força do gesto. Os sonhos são também eles comuns aos lugares e dependendo de quem os sonha, irónicos e inatingíveis...eu quero sonhar sempre ainda que tenha de esticar o braço e com a ponta dos dedos tocar, ao de leve no sonho sonhado, como que num sonho encantado...

B Fachada - Tempo Para Cantar

reserva de avião


Ontem perguntaram-me:
Maria, já reservaste o bilhete na TAAG?
E eu, surpreendida com a pergunta, disse que não.
Pois claro que não.
Mas não é assim tão claro. Pensando bem, Dezembro, não tarda já aí está.
E eu vou a seguir ao Natal, de forma a passar o fim de ano na n'guimbi.
Pois é. Ao pensar no assunto, sinto no estômago uma coisa que nunca sei bem o que é. Será saudade? Do futuro, que já foi passado? Ou apenas ansiedade?
Estou a ficar com o tempo apertado. Já passei por isso o ano passado, que só porque o meu santo é bom, consegui bilhete a um mês de viajar para Luanda.
Contei pelos dedos e deu 5 meses. Parece que é muito tempo, mas não é.
Depois da hora de mudar, ficamos logo quase no inverno.
Vem o Natal e...aí vou eu.
Já perceberam o que a minha amiga me perguntou? Já estão a ver o filme?
A partir de agora, já quase não vou pensar em mais nada.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

expectante


Passei o dia marcando um número de telefone. Tentei o messenger. Recorri ao e-mail. Queria desejar um " beaucoup de merde " ao artista que me é mais próximo. Que esteve 9 meses de gestação amarrado a mim. Que me amarrou para sempre, num sempre de tudo.
O meu artista, do movimento, voltou ao local onde esteve nas últimas semanas, para apresentar o trabalho que ali desenvolveu.
Estive inquieta todo o dia. Há mensagens que nos devolvem a paz. Que nos deixam respirar.
Finalmente chegou a notícia. Correu tudo muito bem...
Não me habituo a ser mãe de alguém que tem uma profissão de exposição, de se pôr à prova a cada trabalho, a cada momento. Quer como criador, quer como executante. De se colocar num lugar de fragilidade a cada espetáculo.
Penso sempre que vai correr tudo bem, mas chegado o momento fico com o coração apertadinho como se fosse eu, que sou um ser nervoso e tímido, nesses palcos da vida que escolheu, e o mundo desabasse.
Há mensagens que nunca apago. Que gosto de reler. Para relaxar...
Boa viagem de regresso, meu amor.

Do blog cocó na fralda

Há um blog que eu leio todos os dias. Religiosamente. Chama-se cocó na fralda e é pertença de uma querida amiga, a jornalista Sónia Morais Santos.
Hoje, como sempre, abri-o e não me surpreendi. Ela habituou-me a uma escrita de qualidade, cheia de talento e sensibilidade.
E também a sorrir ou chorar perante os textos que ali são postados diariamente.
Desta feita, fez-me chorar. E eu precisava, porque tinha um nó na garganta desde a notícia da partida de António Feio.
Mas também me fez acenar afirmativamente concordando na íntegra com tudo o que ali escrevera com o coração nas mãos, que eu sei. Fiz o meu comentário. Depois senti uma vontade imensa de tornar público para o meu povo, as minhas pessoas, aquelas que não conhecem o blog dessa grande mulher, jornalista e amiga, a homenagem feita ao grande actor humorista António Feio, desaparecido num para sempre da eternidade.

Obrigada minha querida Sónia. Fico a dever a atenção da permissão, rápida e bonita nas palavras escritas na mensagem de resposta ao meu pedido de permissão para postar o texto António Feio 1954-2010.
Ele aqui está...

De Sónia Morais dos Santos
António Feio: 1954-2010

Hoje fui fazer uma caminhada, às 7.30 da manhã. A brisa fresca bateu-me nos cabelos, o sol recém-nascido no céu, a cidade quieta, ainda. E eu sem conseguir deixar de pensar que o António nunca mais vai sentir uma brisa assim, nos cabelos, nunca mais vai ver o sol nascer ou pôr-se. Não vai sentir o cheiro da maresia, nem a chuva a cair nas pálpebras e no nariz, nem assistir ao princípio do bulício de um dia de semana. O António não vai voltar a rir com os amigos, não vai ter dias sim e dias não, não vai abraçar aqueles de quem mais gosta. E, ao mesmo tempo que caminhava, junto ao rio, foi-se-me formando um nó na garganta, tão grande. A minha agenda de jornalista começa a ficar demasiado cheia de gente que já não vai sentir nada disto. Tenho demasiados nomes na minha lista que não vão atender o telefone, se eu ligar para os seus números. Porém, não os apago. Sou incapaz de os apagar.Envelhecer é isto. Ver morrer gente que crescemos a admirar, ver morrer aqueles que nos fizeram rir, aqueles que nos são próximos, os familiares, os amigos. Envelhecer é terrível por causa disso, também por causa disso. Como dizia alguém (não me lembro quem, mas até acho que foi o Raúl Solnado, outro nome na minha agenda para quem não adianta ligar) "eu não tenho medo de morrer, tenho é pena". É isso mesmo. Tenho pena, tanta pena que tenhamos de morrer. Sobretudo quando acontece assim tão cedo, como aconteceu ao António Feio. 55 anos. Uma luta feroz contra um cancro feroz. Tenho muita pena. Viver é demasiado bom para que tenha de acabar. E digerir isto é a tarefa mais dura da minha vida.

tiro-lhe o chapéu

Soube que tinha cancro. Mas o que o assustava não era a morte, mas sim viver mal.
O seu lema: a vida é para saber aproveitar".

"Se voltasse atrás fazia a mesma escolha. É uma vida angustiante, o trabalho não garante estabilidade, nunca se sabe quando se tem um bom espectáculo na mão, mas a noção permanente do desafio e pequenos momentos como este [dia em que festejou os 30 anos de carreira e a última actuação de O Que Diz Molero, no Porto], em que vemos todo o esforço reconhecido, compensam em muito as adversidades."

"Posso dar-me ao luxo de dizer que tudo o que fiz até hoje deu-me muito gozo. Sinto-me privilegiado. Tenho feitas coisas que gosto muito e com quem gosto."

"É óbvio que vou morrer mas isso todos vamos. O que me assusta não é a morte, é viver mal a vida. (...) Há um ano eu era um homem diferente. Passei a dar mais atenção às coisas fundamentais, os amigos, os filhos."

" Todos temos altos e baixos mas acho que sempre consegui ver o que é que pode fazer-se, como podem resolver-se as coisas, mas de uma forma mais ou menos tranquila. Através da doença descobri coisas muito boas, nomeadamente a solidariedade das pessoas, a cumplicidade com este problema. É gratificante saber que podemos ajudar os outros a superar problemas idênticos."

"Se há coisa que eu costumo dizer é: aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento e não deixem nada por dizer, nada por fazer. "

de António Feio

viver


Do alto da varanda, da vida, contemplo-a, analizo-a, procuro entendê-la.
Não é fácil. Nem há isenção nessa contemplação. Remeto-a para os julgadores.
Quem sou eu para isentar? Ou julgar, a vida?!
A minha, a tua, a de quem passa junto à minha varanda?
Contemplo-a e tento percebê-la. Com o coração.
Intervenho, quase sempre, porque percebi que deve ser assim, para que o outro saiba de mim, de si, se eu for o seu reflexo, ou não...
Intervenho para dizer as palavras que não dizia, nem sabia que sabia dizê-las. Para que saibam o quanto os amo, o quanto os admiro, o quanto me preocupam, o quanto intervêm na vida que vivo. Intervenho para lhes dar importância, dando-me importância. Intervenho porque sim, sem prepotência.
Intervenho porque descobri que para viver é preciso intervir, participar, dizer...
Não deixar nada por fazer...
Intervenho porque gosto da vida e gosto de a viver. Mesmo se estou cansada e derrutada. Mesmo se grito desespero e angústia. E se choro de saudade ou de humilhação.
Intervenho porque gosto de me sentir viva.
A cada contemplação do alto da varanda da vida, agradeço o acomular de momentos e a harmonia que sinto pela vida feita de pequenos tempos em que me encontro e me aceito, aceitando os outros.
A vida é deliciosa e confere-nos a possibilidade de a agarrarmos e num tudo, a vivermos até à exaustão. Até à elevação... da tranquilidade e da paz.
Vivamo-la então...

1954-2010

1954-2010

António Feio

Silence 4-Eu não sei dizer

A voz bonita de David Fonseca, a cantar em português, no grupo extinto, Silence 4.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

espectáculo


Hoje, dia 29 de Julho, o angolano Carlão vai actuar no Kau's.
Rua Bernardim Ribeiro, lote 2, Loja B, Ramada, Odivelas.

cuiou feio!


Antes da noite terminar, Carlão convidou Osvaldo Pintor, a acompanhá-lo.
Este jovem moçambicano, cantor com um CD lançado, com uma voz bonita, e que canta música africana, incluindo música caboverdiana, num crioulo bem sotacado.
Carlão e Osvaldo Pintor, foram, em dia de aniversário, os verdadeiros artistas.
Nós, fomos o público possível.
Participativo até demais!
Esta noite, cuiou feio...

tia helena do Mulemba






" tia " Helena Cassoma, proprietária e gerente do Mulemba X'Angola, angolana de S. Paulo, Luanda. Esteve sempre presente,disponibilizando tudo o que foi possível para que nos sentíssemos em casa.

o repasto


Não faltaram os cacussos, que acompanharam com feijão de óleo de palma, batata doce, mandioca e banana cozidas.
Mas havia também cachupa, moamba, calulu, funje de carne seca e para quem não queria comida africana, bacalhau com natas. E havia ainda, tambarinos, quitaba, castanha de caju.
E bebeu-se sumo da múcua e sumo de caju, ambos feitos pela casa.

aniversário 21


Ontem estive num aniversário de mwangolés, que começou no almoço, no Mulemba, do Olival Basto.

data inesquecível


Hoje, faz trinta e cinco anos que deixei Angola. Que abandonei os meus sonhos.
Que me despedi da minha terra com um até qualquer dia e no entretanto, passaram trinta e cinco anos...
Vai fazer dois anos, que voltei a Luanda, sim, no dia 29 também, mas de Agosto. A 29 parti, a 29 voltei, num interregno de 33 anos.
E digo eu que não há coincidências. E mantenho. Mas que há algo, há, não fosse o dia 29 um número tão marcante na minha vida.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

espaço físico



Serve...o suficiente. Este banco de pedra que eu encontrei.
Os sonhos sonham-se de costas ou de barriga. Deitados, em pé ou sentados. A mente e o coração, desenvolve-os. Quando são muito ousados, os sonhos precisam de espaço físico. Às vezes, de companhia. Para acreditarem.
Este é o espaço do meu sonho de verão...

Pitanga, a pasmada!










A minha Pitanguinha pregou-me um grande susto.
Fora de brincadeiras!
Esta noite não dormi, de preocupação.
Desde o início da noite de ontem que esteve pasmada, literalmente. Parada, mole, triste, de olhar abatido e sem pestanejar. Sem apetite e sem sede. Mal reagia aos meus apelos e não queria o colo que eu e as crias, que já as tenho todas ao pé de mim e esse acontecimento merecia uma comemoração, lhe ofereciamos. Verdadeiramente espapassada.
Foi o pânico geral no 3º direito do Olival...
Fizemos todos um pouco de veterinários e o calor intenso seria o grande inimigo,achávamos.
Mas uma verdadeira, de formação, amiga da filha, disse-lhe que os gatos são como as pessoas. Ficam muito moles com o calor exagerado que se faz sentir em Lisboa e resto do país. É importante não desidratar. E há forma de verificar isso. Puxando a pele do cachaço. Se ela voltar à forma primitiva, é sinal que não está desidratada.
Hoje logo que amanheceu, dei-lhe uma latinha gourmet, que eu sei que ela tem bom gosto e foi um regalo vê-la sentada, comendo como nos velhos tempos. Depois veio até à janela da sala, fez a sua higiene e ferrou-se nos meus pés, mordendo-os.
Pronto! A velha Pitanga de regresso...
Ainda lhe noto um certo vagar nos movimentos, mas nada que se pareça com a noite de ontem.
Não me acordou nem quis os meus mimos, mas já percorreu a casa, fazendo o reconhecimento.
Vai estar um dia quente, de novo, 35º para Lisboa, é o previsto.
Não vai ser um dia fácil para ninguém.
Mas agora já percebi o que aflige a bichaninha e vou tentar minimizar os efeitos nefastos do calor exagerado que assolou o país.

parabéns ana rita



A Ana Rita faz anos! E não é uma criança. Mas gosta da Hello Kitty. É a sua imagem de marca e quem gosta dela, sabe. Eu gosto muito dela, desde o tempo longínquo dos sonhos com a maternidade, da minha e da adolescência da sua mãe, minha grande amiga. Nasceu e cresceu sob o signo Leão. Olhamo-la e é uma menina doce. Porém tem a garra das leoas e o querer dos fortes. Esta miúda é e será sempre uma vencedora. O orgulho da mãe e das pessoas que gostam dela e a admiram. O meu orgulho também...

Parabéns Ana Rita! Desejo que tenhas um belo dia, comemorando o teu aniversário. Desejo para a tua vida, saúde, muito amor protegendo-te nos momentos menos bons e muita alegria e optimismo em todos os momentos. Desejo que construas o sucesso com inteligência e humildade e que sejas muito, mas muito feliz.Um abraço grande, de um tamanho sem tamanho, minha querida.

Logo, a gente vê-se...

terça-feira, 27 de julho de 2010

num dia de férias

amores assim

Há amores assim. " De três ao prato "...
Oh se há!
No caso, eu, estas casas e o mar...

namoro

Tenho um fetiche por estas casas. Há muitos anos. Mais de vinte. Como boa caranguejo, os meus amores duram vidas.
Há uma química entre nós. Um namoro secreto.
Quando as vejo fico deslumbrada. Reconheço-as como lugares de conforto onde sonharia ainda que adormecendo a ouvir as ondas acariciarem as rochas. As varandas viradas para a praia a escassos metros. O mar a rodeá-las. O seu murmurar...ali seria capaz de tentar ser feliz.
Este namoro um dia dá em casamento. Aqui ou noutro lugar. Nem que seja somente uma varanda de quatro metros quadrados. Apenas o espaço que permita o meu olhar alcançar sem paredes ou vidraças o outro lado do tempo, ou o outro lado de mim, navegando numa casca de noz, ou mesmo num barquinho de papel branco e frágil. Enquanto isso, vou admirando e sonhando a possibilidade de estar aqui para além de um sábado, dumas férias ou de um verão.
Há sonhos que podem ser verdade, verdadeira. Este não é tão difícil assim. E já mora na minha vontade há tanto tempo...

surf no Baleal

nascimento

Nasceu a pequena Matilde.
Parabéns vovó Bolinha.
Tudo de bom para essa menina e pais.
Um xi coração grande e apertado para todos.

nau dos corvos

praia da consolação

os irmãos dos nossos amigos

Ser feliz...
Não sou a felicidade em forma de pessoa. Não sei o que isso é. Sou uma pessoa inquieta. E tranquila também. É um paradoxo. É. Eu sou um paradoxo. E se calhar por isso é que sou feliz, mas não sou.
Os momentos bons fazem-me ser feliz e os maus, por vezes também, ainda que no momento não os compreenda.
Nos últimos tempos, se calhar porque entrei na tal recta final, que meeeeeeeedo desta frase, da carga negativa que ela transporta, sinto que estou a modificar-me. E gosto. Os medos deixaram de o ser e o conhecimento aplicado às situações torna-me uma pessoa melhor. Em momentos, claro. Porque de santa pouco tenho e não dou a outra face. Sou a primeira a dar bofetões numa e noutra face do meu rosto numa esquizofrenia de quem ainda não atingiu a maturidade suficiente para se perdoar.
Mas lá chegarei.
O que faz de nós seres melhores são as pessoas que nos rodeiam e que nos dão ternura, sorrisos, alegrias, o ombro, o exemplo, ou nos consideram seres melhores do que somos. Criam em nós o sentimento de gratidão e a responsabilidade de não os desiludirmos e somos " forçados " a ser diferentes. Melhores.
Hoje, um comentário num post antigo, de alguém que foi toda a vida, é, família para mim, porque os irmãos dos meus amigos, os filhos, os pais, enfim, todas as pessoas que giram à volta dos meus amigos, intimamente, que amam os meus amigos, são família para mim, então esse comentário causou-me um momento de paz intenso e tive uma vontade muito grande de abraçar esse alguém intensamente e dizer-lhe que não sou apenas a kamba da irmã. Sou sua kamba também.
Obrigada querida, por me teres provocado a sensação de felicidade que advém de momentos de paz que os amigos sabem tão bem oferecer .
Estás no meu coração há muitos anos. E admiro a tua tenacidade para venceres as agruras da vida. A coragem para seres também tu, uma Guerreira de Luz.
Um abraço do tamanho do olhar de Deus.

ócio III

autor também para férias

Este livro foi-me oferecido pela filha, no meu aniversário. Uma de entre algumas prendas que recebi, dela e do irmão. Há uma pequena diferença entre este e o meu. É que o que me foi oferecido tem uma etiqueta redondinha colada na capa e que diz " exclusivo FNAC autografado pelo autor ". E é mesmo verdade. A assinatura do escritor a azul acompanhada do ano de 2010. Isto faz a diferença. Para mim.
É uma honra.
Li-o num ápice. Lê-se bem. Enquanto se descansa ociosamente numa espreguiçadeira, à beira de uma piscina. Ao sol. Rodeada de mar e de campo. E retirei uma frase que fixei, de tantas que escreve e que isolarei do contexto - " Eu, no amor, só finto. Não remato "
Ler Mia Couto é estar sempre com um sorriso no rosto, no caso, perigoso, porque faz rugas, que o sol está bravo, neste fim de Julho. Mas eu não me importo. Vale o gosto para o desgosto.
Definir a escrita de Mia Couto?! Teria pano para mangas a leitura que faço dos seus livros e do próprio escritor. Se me pedirem para ser sucinta e numa palavra definir a sua escrita, escolho a palavra Deliciosa.
Que é o que eu sinto quando estou a ler os seus livros. Entre um sorriso e outro mais rasgado, ele faz-me falar alto e tolamente dizer : delicioso!
O escritor escreve deliciosamente e eu elegi-o um dos meus autores predilectos.
Amo de paixão todas as pessoas que me fazem rir. Respeito e admiro muito quem me faz sorrir permanentemente enquanto leio.
Mia Couto é um escritor que mora no meu coração por esses motivos e mais alguns a juntar a estes. Porque é inteligente, modesto, culto, africano e...porque não dizê-lo? Muito charmoso, como é de bom tom um escritor ser. Não conheço nenhum que não o seja...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

tão perto da cidade...

Não. Não vou falar das piscinas que fiz, ao longo do dia. Não quero que digam: Pronto lá vem ela de novo fazer-nos pirraças, com dias de calor acima dos 40º, o país a arder e ela de molho, ou de papo para o ar, num fare niente, que até dá nojo. Ganda p... Mas só um segredinho, pequenino. E não me interessa que não achem justa a vida. Fartei-me de nadar nesta piscina. E noutra que está resguardadinha e tem água quentinha. Ahn? Ahn? Não é bom? Pois claro que é e que eu também sou filha de Deus e fui escolhida por Ele para o bem e para o mal. E desta vez, Ele capacitou-me de que também mereço e não me fiz nada rogada nem modesta. Marquei, e vim.
Mas isto foi só conversa de deitar fora porque o que me fez estar aqui foi:
Estando eu deitada numa espreguiçadeira ( pronto, outra vez cheia de mim, mas não sei contar de outra forma ) lendo o livro do Mia Couto que trouxe para férias e que diga-se de passagem já está no papo, que enquanto não o acabei, não respirei, tive necessidade de me levantar para apanhar algo que tinha no saco e que estava fora de mão. Então olhei para estas árvores que se veêm à esquerda e que estão entre o parque de campismo e o hotel e detive-me a admirar a paisagem, quando subitamente vi uma coisa castanha, nervosa e com uma orelhas espetadas.
Ocorreu-me uma frase de uma tentativa de poema que fiz há muitos anos e que começava assim - Tão perto da cidade e já mato, é Cacuaco!
É que no caso só não é Cacuaco, porque é também uma terra de mar.
Perto da cidade, a cerca de um quilómetro e já campo. E coelhos bravos passeando-se junto às piscinas do hotel para o meu encantamento. Não é uma ternura?
É por isso que nem que me paguem eu como coelho. Brrrrrrrrr! Que não sou capaz. Pobres bichinhos.
Não pude tirar-lhes fotografias porque o cartão da máquina ficara no computador, mas tive pena. Para os que são, ver para crer, como S.Tomé...

avilos de muxima

Cheguei ao fim de um dia cheio de coisas boas. E alguns contratempos também.
Sabia que me faltava qualquer coisa.
Hoje dia de Sant'Ana...
A Milú que veio para Lisboa ontem, partiu hoje para a banda e já lá está a comemorar o seu aniversário de casamento com o maridão e meu kamba, Edgar. Agora advinhem onde? Pois claro. Na festa dos 55 anos da Susete, que hoje casou...os anos. 1955/55 anos.
Dia 28 é dia grande e vai haver comemoração a dobrar também. Aniversário da kanuca e a comemoração atrasada do casamento. Angolano gosta de comemorar e comemora. Mau, mau é que eu estou deste lado e não posso comemorar lá, com eles, hoje. Mas vou festejar cá.
Dizia que sentia que me faltava qualquer coisa e só percebi o que era, depois de falar com a Susete para lhe dar os parabéns. Da sua gargalhada...Oh como eu gosto de ouvir a Susete rir a bandeiras despregadas. Contagia, alegra e faz-nos rir do mesmo jeito.
É nestes momentos assim que entristeço. Porque passei e passo uma vida, sem a gargalhada desta avila, que conheço tão bem desde que tinhamos 10 anos. Sem me contagiar de alegria, sem explodir de brilho, dessa luz que ela emana quando ri.
A minha amiga Susete é uma boa pessoa. É das melhores pessoas que eu conheço. Faz-me falta ser boa pessoa. Que é o que a Susete consegue quando estou junto dela. Faz-me falta rir-me sonoramente, com ela e ver as lágrimas escorrerem pelo seu rosto de tanto rir. É uma característica sua. Chora a rir.
Perguntou-me: Como é, tás boa? Tá tudo bem contigo? Respondi: Não. Não me convidaste para a tua festa.
Soltou uma gargalhada, daquelas que eu gosto e que me fez rir também. - Quando eu fôr aí comemoramos.
Claro que sim. O que eu queria hoje era estar em Luanda junto dela e dos meus amigos, Milú e Edgar, gargalhando de alegria no dia de Sant' Ana.
Ganda Santa! Juntou o aniversário da minha avó Rosalina das Dores, da Susete e o casamento do Edgar e da Milú...e como eu não acredito em coincidências, só posso agradecer à Santa por tão feliz coincidência (?) na minha vida. Brigada santinha. Caté Dezembro em Caxito, yá?
Me protege a vida então até lá. Depois ajusto novos pedidos. E nos entretantos vou orar, não interessa a hora e o lugar. Pela minha terra, pelos meus amigos e por mim...

de sentinela


piquenique


Fazendo brasas

Domingo de tarde

Domingo de manhã

comemoração

Um abraço meus kambas, pelo vosso aniversário de casamento.
Edgar e Milú, vocês provam todos os dias que ainda é possível acreditar na possibilidade de dois seres formarem um casal para a vida.
No amor, no respeito, na lealdade...
Parabéns!

parabéns kamba susete

Parabéns Susete!
Chegaste aos 55 anos amiga, finalmente. És a mais nova do grupo, mas não a menos sensata.
Lembro-me de ti... Lembro-me de nós, inseparáveis. Onde uma estava, estava a outra. No Liceu Feminino. Sempre da mesma turma. Com notas aproximadas. Tu melhor a Matemática. Eu a História. Iguais a Inglês, Português, Geografia ...
Ambas no Quadro de Honra. Dispensando do exame do 5º ano.
Na sala de aula, eu ficava na fila do meio, ao fundo da sala. Tu na última fila, junto às janelas, nas primeiras carteiras. No intervalo, corrias para o tabuleiro dos bolos, para os rissóis, russos ou tortas, para me guardares o lugar, ou vice-versa. Éramos unha com carne.
Depois ainda frequentamos juntas algum tempo o 6º ano. Ambas queriamos medicina. Calhàmos de novo na mesma turma. A seguir, pediste transferência para o Salvador Correia. E eu fiquei no Feminino.
Seguimos percursos diferentes.
Anos depois, foste visitar-me precisamente no dia dos teus anos, a Torres Novas. Era domingo. Com a Milú. Os meus filhos eram pequeninos. Nós jovens ainda. Nas Caldas da Rainha cantamos-te os parabéns perante um gelado vianneta. Sopraste velas. Depois voltamos a estar juntas em Lisboa. Ao longo dos anos. Na minha casa. No hotel onde ficas...
Como o tempo passa depressa...
Em 2008, fiquei em tua casa uns dias. No Bairro Azul. Adorei. As tuas filhas trataram-me como se fosse tia delas. O teu genro disponibilizou-se para me levar ao Mussulo e andou a fazer de ama-seca um sábado inteiro. No Bairro do Cruzeiro, no " quintal " as tuas primas, os teus irmãos, receberam-me de braços abertos, com um carinho e simpatia, que só os angolanos têm. A tua mãe foi uma querida e a tua cunhada foi buscar a minha certidão de baptismo a S. Paulo.
Quiseste-me em Luanda, quando o mundo parecia ter acabado para mim e conjuntamente com a kamba Milú, colocaram-me um bilhete nas mãos, a caminho da felicidade.
Assim, sem saber ler nem escrever vi-me a caminho de Luanda realizando o sonho maior que alguma vez sonhara. Voltei a nascer, pelas vossas mãos e nunca, mas nunca poderei sequer chegar perto de vos retribuir este presente dos céus. A única coisa que faço é sentir-me grata.
Em 2009 voltei a Luanda. E no regresso a Portugal foste tu quem me trouxe na viagem. Vinhas a trabalhar, mas eu senti-me muito melhor porque te sabia no avião. Vieste ao pé de mim várias vezes, apesar de não trabalhares na económica. Tentaste resolver o problema da minha cadeira que estava avariada e não deitava. E por fim, trouxeste-me os doces de ginguba e coco que vinham na tua bagagem e vieste desejar-me algo que também não esqueço. Delicioso...
" Tem uma boa aterragem " disseste tu. Uma assistente de bordo, que levanta vôo e aterra vezes sem conta...
Falámos há pouco tempo. Uma vez estavas no Dubai e agora há dias no Brasil. De ambas as vezes, tu e a kamba Milú estavam juntas. Sinto uma grande alegria quando assim é.
Hoje, o meu voto de muita saúde e muitos anos de vida. Abraço-te num abraço do tamanho do olhar de Deus.
Gosto de ti, tudo, tudo, tudo, querida Susete.
Muitos parabéns!

26 de Julho / Dia de Sant'Ana

26 de Julho - Dia de Sant'Ana.
A fé é que nos salva. A fé na Sant'Ana é uma fé colectiva, que une os angolanos. Que os leva até onde está Sant'Ana. Eu fui a Caxito. De propósito. Agradecer. Orar. Ali respira-se paz, tranquilidade. Religiosidade.
Hoje, neste dia grande para os católicos, sobretudo, para os católicos angolanos, há duas angolanas que eu conheço, que comemoram.
Duas amigas do peito. Entre elas. E minhas amigas também.
A Milú, que casou neste dia há alguns anos atrás.
A Susete, que faz hoje 55 anos.
Também a minha avó materna, que não conheci, mas da qual recebi o nome " Dores " nasceu neste dia. Relembrei-o quando fui a Luanda em 2008 e vi na lápide, no cemitério de Sant'Ana, onde está sepultada, a data do seu nascimento.
Parabéns minhas kambas pelo dia de hoje.
As duas kambas que juntas me ofereceram o bilhete para voltar a Angola após 33 anos de ausência. Não me canso de o divulgar. Nunca me esquecerei disso. Obrigada queridas. Gozem este dia como merecem. Muito. Todo.

domingo, 25 de julho de 2010

ócio II

Mar - Azul verde esmeralda
Praia - super lotada
Sol - Muito
Sombra - Pouca
Almoço - Salada
Piscina - Nadar muito
Livro - No teu deserto ( Miguel Sousa Tavares )
Música - Variadíssima
Fotografia - Muitas
Cor - Torrada
Humor - Para lá de bom
Bebida - Coca-cola zero e sumo de laranja, água sempre
Computador - Muito Pouco
Jantar - Caldeirada de peixe
Televisão -" Achas que sabes dançar? "
Sono - Começa a chegar...

ócio

DIA PRIMEIRO - Feliz

Sol - Muito
Piscina - Toda
Jacuzzi - Quanto baste
Computador - Quase nada
Mar - Ao longe
Leitura - Time Out
Música - Muito variada
Fotografia - Algumas
Televisão - De raspão
Jantar - Buffet
Passeio - Cidade
Noite - Magnífica
Conversa - Tanta!
Gargalhada - Mais que muitas
Telefone - Com a cria
Recordar - Infância
Sono - Meia-noite
Noite - Repousante
Sonhos - Achar dinheiro
Acordar - Tranquilo

sábado, 24 de julho de 2010

na falta da pedra

Tanta pedra a perder de vista e sacrificam-se árvores para bancos...
Mas se me sentar, mesmo que em madeira, mesmo que vivendo sonhos no gozo de dias de nadas que fazer, eu Sonho...sonho mais e melhor, que o que vivo fica sempre aquém do sonho, porque esse, está como tu, para além, do presente, ainda que o futuro fique no segundo depois e o passado no lugar da memória...
Não te espero, hoje. Nem amanhã. Talvez depois... Esse depois do tempo presente. Estás ocupado, na arte do sonho a cores, onde és mestre.
Vejo-te daqui, imagens sucessivas e sei que não estás para aqui virado.
Talvez construas um banco de pedra e me convides para sonhar sonhos de além mar. Te mando um recado. Eu sonho. Sempre. Na madeira castanha, na terra vermelha, na pedra escura, mesmo se estou a viver os sonhos que sonhei faz tempo. E embora nos momentos cinzentos diga, que cansei de sonhar sozinha, mesmo sem ti, eu não páro de sonhar, que parar é matar a vida colorida que trago dentro de mim...

Funge na catchupa

Obrigada meu irmão. Apesar ( ahahahaah ) de estar no 1º dia de férias, tenho de agradecer o teu trabalho e cuidado não é? E como " nós é irmão, no passado e presente, nós é irmão de alma e coração... " o prometido foi devido, e já cá tenho esta lindíssima música a unir dois povos, angolano e caboverdiano e que foi tão ouvida por mim em Dezembro último, em Luanda, nomeadamente nas voltas, muitas, por Luanda, com a Ana Maria Oliveira, minha amiga de muitos anos, de origem caboverdiana, que me disse assim, quando lhe mostrei o meu BI angolano: Agora somos iguais. Tão angolana uma quanto a outra. Eu com pais caboverdianos e tu com pais portugueses. Oh yé! E para celebrar já ia uma funjada ou uma cachupa. Mas não. Tudo tem hora. Hoje vou fazer um repasto muito típico. Caldo verde, sardinhas assadas e grelhada de carnes. Chega?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

férias

Ah pois é!
Eu, a je, moi même, Maria Clara das Dores, bati a porta do tribunal e zás. Os dois pés na liberdade. O corpinho inteiro. Que a cabeça há muito que sonhava com a boa vida.
E agora, vou partir para a gandaia. Que é como quem diz, fazer o que me apetece, só e apenas.
Nada fantástico, especial ou estranho. Estou a guardar-me para Dezembro, em Angola.
Agora, nestas três semanas o que fôr será.
Uns dias numa terra de praia que está no meu coração. Depois, Lisboa. Acho que é desta que me vou meter num daqueles autocarros para turistas que há por todas as cidades europeias e Lisboa também, e como quem não quer a coisa nem a conhece, subirei para o 1º andar e vou ver Lisboa com olhos de turista. Deve ser curtido. Depois também vou andar de elétrico. O roteiro dos turistas. Vou ao castelo de S. Jorge, que só lá fui uma vez. E por aí adiante.
Voltarei a uns dias de praia em Agosto e tenho " agendada " a minha viagem a Trás-os-Montes, com o mano Zé. Ao encontro dos meus afetos.
E com isto tudo, passar-se-ão 3 semanas num ápice e já estarei de novo no tarrafal.
O que vale é que em Setembro tenho mais uma semaninha.
Perguntam vocês, porque raio tem ela tantas férias?! Não são tantas. Só as que de direito me são atribuídas. Já sou velha e tenho alguns anitos de serviço o que me faz gozar mais uns dias à pala disso.
Acho que hoje é a melhor sexta-feira dos últimos tempos. Porque não há nada melhor que o primeiro dia de férias.
Pois então, boas férias também para vocês se fôr caso disso.
Eu não vou fazer férias do blog mas poderei estar assim um pouquito menos disponível. No sol, na piscina, no mar ou simplesmente descansando ou divertindo-me.
Caté!

em cima do acontecimento

-Mesmo à tabela. ( disse a motorista )
-Verdade. Mas o que passei p'ra chegar aqui ...( disse eu )
-Veio de tut? Você fazia o tut em tempos.
Tive Meeeeeeeedo! Memória de elefante, maior que a minha, ou quê?
Quê. Esta senhora possante, a dar-se a ares de general, única mulher motorista à época a que se refere, e que não chegou a meia dúzia de vezes que nos cruzamos no dito TUT, lembra-se de mim?
Como? Porquê? Jesus Maria!
Assim que entrei, as passageiras número um, ou seja, duas criaturas que invariavelmente viajam naquele lugar e que mais parecem os marretas, riram-se para mim num sorriro pepsodent e uma delas disparou:
Pensei que hoje também ia perder a carreira.
Oh p'ra ela! Oh!Oh!
Hoje também? Perguntei num franzir de testa e de nariz muito peculiar e que desanima qualquer um, que cara feia eu sei fazer sem precisar de ir para o espelho ensaiar.
A companheira marreta disse-lhe vitoriosa:
A senhora não volta a perder a carreira, porque já lhe dei o meu número de telemóvel para quando se atrasar me ligar que eu peço ao motorista que espere um pouco.
E falou verdade, pois um dia destes fez-me escrever o número, muito solícita.
-Mas segunda-feira perdeu-a, não perdeu? Insistia a primeira.
Xiça, penico, chapéu de coco! A mulher queria tomar-me conta da vida. E se não me acautelo, toma mesmo, ela e a parceira do lado.
Respondi-lhe com um belo de um sorriso, daqueles que só quem já tem 55 anos sabe fazer.
- Segunda-feira não trabalhei.
- Ah, então foi isso.
Aka! Mulherzinha insistente...
Fui para o meu lugar, mas sem antes tomar conhecimento de que há pouco tempo, com o motorista do ano inteiro e que está neste momento de férias, deram várias voltas ao redondel, ou seja à rotunda junto à Rodoviária, porque se aperceberam que eu perdera a dita carreira e muito amigos avisaram o sr. motorista que amigo também tentou que eu percebesse que estavam ali.
Fiquei grata. Mas fiquei mesmo.
À saída desejaram-me bom fim de semana como aliás fazem sempre, umas e outras.
Fiz o melhor dos meus sorrisos daqueles que quem tem 20 anos sabe tão bem fazer e anunciei as minhas férias, a partir das 17 horas. Foi um alvoroço no autocarro da carreira, como elas dizem.
E ficaram satisfeitas da vida porque mais uma vez e aparentemente tomaram-me conta da vida.
Muito aparentemente, porque como em tudo, a gente só conta o que quer, mas pronto, ficarm a saber que " a senhora do tribunal " com o elas me tratam vai de férias e a ausência será maior do que a dos fins de semana grandes. As marretas ganharam o dia, ou talvez não. Eu ganhei-o, mas foi a trabalhar. Com um prazer redobrado, porque é sexta-feira e fiquei mesmo de férias a partir das 17 horas.

GNR - Rei do Roque

quase, quasi...

Recordando um antigamente tão antigo que nem sei localizar, esta janela virada para o mar faz-me lembrar a canção que se trauteava... Naquela janela virada para o Mar...
E antecipo o prazer de dias à janela, vendo o mar. Janelas que " construo ". De pedra...
Onde me debruço e onde espero e sonho, sonhos a viver dali a instantes, na calha, palpáveis. Outros que não passam de sonhos e outros ainda, que, todos os dias são sonhados, desejados e por um milagre de Deus, um dia, poderão ser verdade materializada. Mas eu sonho. Sonharei sempre. A intervalos.
Apesar de dizerem que o futuro é hoje e que não vale a pena querer o amanhã, que ele, se for caso disso ( e que seja por longos anos ) logo surgirá, hoje, estou a sonhar amanhãs que ganham forma e jeito. É que amanhã é o meu último dia de trabalho antes de férias.
E por isso vim aqui sonhar, debruçada para o mar, aqueles sonhos de férias. De sol. De calor e de preguiça. E segredar para o mar imenso que estou quase a chegar.
Afinal, hoje estou a debruçar-me sobre o amanhã.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

prenda

Presente de aniversário. Muito bom. Obrigada F.....

Maria Rita - A Festa

regras

Ai se eu gosto de sardinhas!
E hoje cumprindo uma espécie de compromisso praticamente assumido, pacto fraternal, melhor dizendo, lá fomos nós, eu e a caçula que as quartas-feiras já nos escravizaram.
Não gosto muito de regras. Cansam-me, atrofiam-me. Mas esta espécie de regra estabelecida por ambas sem que tal, passasse a acordo legal com ida ao notário, eu cumpro com gosto.
Nem me cansa nem me atrofia. Exagera-se em mim a vontade de comer, porque de um jantar se trata, às 4ªs feiras, Diverte-me todos os rituais que temos para estes jantares tão agradáveis e bem dispostos. E gosto das nossas conversas, sempre tão diferentes de semana para semana, mesmo que o tema seja sobre os mesmos.
Já iamos com o jantar a meio, quando o Alfredo, filho da Lurdes da avenida Brasil, veio à mesa.
Ouviu as últimas palavras, ditas pela caçula, e a propósito respondeu:
- Difícil é a vida.
A caçula disse de seguida:
-Mas nós conseguimos vencê-la.
E o Alfredo, que era amigo do meu herói, o amor da minha caçula que há 3 anos um acidente lhe alterou a vida de forma tão injusta, respondeu:
A senhora é que é uma vencedora...
- Olha que não Alfredo, parece-te.
-Ai é um vencedora, é.
A caçula sorriu encabulada e encolheu os ombros.
Terminado o jantar, o meu, sardinhas assadas, o da caçula, polvo à lagareiro, fomos pagar. Pagou ela. Apesar de ter recebido hoje e ser um dia que por hábito as pessoas gostam de pagar as despesas, deixei que pagasse. Não repartimos despesa. Ora paga ela ora pago eu. Ela sente-se melhor assim.
Estava um grupo na sala que se despedia do sr. Vítor. Havia um aniversariante. Fazia 34 anos. A caçula dissera entre dentes. Já ninguém tem 34 anos. Ouvimos o Sr. Vítor dizer ao dito aniversariante: Daqui por 30 anos tem a minha idade hoje.
Feitas as contas de cabeça, o que para mim é um feito, perguntei: Tem 64 anos?
Respondeu-me: Feitos em Janeiro.
-Mas não parece, disse-lhe.
Então o homem sorrindo maliciosamente diz-me: tenho uma resposta para si.
-Dê, disse-lhe eu.
Baixou o tom e rindo disse-me: É porque não dorme comigo.
Toma lá uma passa! Já a formiga tem catarro, pensei eu.
Não desarmei. Já não tenho idade para achar disparate, disparates. Um homem que é tão galanteador que a cada vez que pago a conta e estou na maquineta do multibanco, por isso a meio metro dele, me diz, que cheiro muito bem, ou que tenho um perfume muito assim ou assado, sem que pareça vulgar, mas apenas galanteador, pode responder-me desse jeito malicioso, porém inofensivo.
O sr.Vítor tem alguns cuidados connosco. Pergunta pelo Paulo, à caçula, pelos meninos, a mim, e por Angola e fixou que a próxima viagem a Luanda será em Dezembro.
Por estas e por outras é que eu gosto da regra das quartas-feiras, que não é senão, jantar com a caçula, se possível na " Tasca "onde encontraremos sempre o Alfredo e o sr. Vítor, do mesmo jeito que hoje estiveram e que nos fazem sentir em casa.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

recepção

O presidente Cavaco Silva foi abraçado com um daqueles abraços maiores do que o Universo. No Lubango.
Dizem os telejornais. E eu acredito. E vi o meu povo em extâse perante o presidente da república do país que ficou para sempre na História de Angola.
Comovi-me. Fiquei também eu em extâse perante a manifestação do meu povo. A alegria e o carinho de um povo também muito jovem, tão jovem que os candengues nem sequer sabiam o nome do presidente de Portugal.
O jornalista perguntou a páginas tantas a uma menina:
- Sabes o nome do presidente?
Não sei. Mas quero saber agora.
Um rosto negro e bonito.
Um querer tão firme que me fez sentir orgulho desta gente que não é senão a minha gente.
Gente esquecida, vivendo no interior duma Angola, também esquecido. Pior, abandonado.
Gente com querer. Gente que sabe abraçar quem chega, recebendo como os angolanos do Lubango ou de outro canto qualquer desse país imenso, sabem tão bem, receber.
O jornalista disse o nome do presidente e ela, a menina bonita de um querer imenso e mais dois meninos que se encontravam junto dela, repetiram num sotaque meledioso: Aníbal Cavaco Silva.
Este estava visivelmente satisfeito, aquando do seu discurso:
Angola está no coração dos portugueses, mas os portugueses também estão no coração dos angolanos...
Nada que eu não soubesse, mas é bom que o presidente o diga para uma Angola expectante e um Portugal desconfiado. É bom que os angolanos percebam e os portugueses aceitem.
Foi bom, para mim quanto mais não fosse, assistir como assisti a esta recepção de angolanos, no caso, do sul, mas que podia ter sido numa outra região qualquer do meu país a perder de vista, ao presidente da República do país colonizador.
É caso para dizer:
Os angolanos GANHARAM!
Mas Portugal, também.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Que nem uma luva

Foi um presente de aniversário. Toda a gente que me é próxima sabe que eu gosto muito de perfume. A caçula sabe desde que nasceu. E já me deu tantos que lhes perdi a conta.
E conhece-me. E não me daria nunca um perfume que não fosse a minha cara.
Aproximei-me dela. Cheirosa. Perguntou-me se era o perfume. Que gostava muito. Não para ela, mas para mim. Desconfiada perguntou mais uma vez se eu gostara. Respondi afirmativamente.
Então disse-me que era um perfume que cheirava a antigo.
Olhei-a tão desconfiada quanto expectante. O que iria sair daquela boca sempre sincera que por vezes até incomoda?
-Mau. Antigo? Tipo dinossaura?
-Não sei se percebes.
Claro que eu a percebo. Mais do que ela pensa, mas deixei-a prosseguir.
Sabes? A Pedra. Ruínas, monumentos ...
Percebia-a. Ri-me por dentro. A minha irmã jamais me veria como coisa antiga ou arruinada.
Queria dizer, intocável, sagrado.
E fiquei super vaidosa por escolher um perfume para mim que a faz lembrar o que é místico, improfanável, sagrado.
É uma exagerada, mas que o perfume me assenta que nem uma luva, assenta, e eu gosto.

Volta Pitanga



Estou pitanga dependente.
Não sei se é doença mas que é uma dependência, é.
Não sei se é grave mas que é custoso é.
É que a Pitanguinha ficou em Lisboa. E agora estou sozinha. E não é que me faz falta? E parece que estou sempre a ouvi-la. A vê-la saltar para junto de mim...
E vou contar-vos um segredo. Hoje acordei às 7,40 horas. Para sair de casa às 8 horas.
Mas consegui. Foi tomar um banho à gato, vestir e partir alvoroçadamente por essas ruas fora. Depois apanhar o TUT, largar 1,25€ e chegar mesmo a tempo de entrar no meu autocarro e começar a viagem.
Só que se a d. pitanga cá estivesse, às 6,50horas, saltava-me para o ombro se estivesse deitada sobre um lado e forçar-me-ia a acordar, pela força, mais do que pelo jeito. E depois saltaria para o meu peito e ficaria quietinha, à espera de festas. Por fim tentaria brincar e morder-me o queixo ou o nariz e a esse gesto, far-me-ia saltar da cama.
Tenho saudades da Pitanga. E percebo agora que ela também me é útil.
É o que se chama juntar o útil ao agradável...
E é caso para dizer: Volta Pitanga que estás perdoada.

a minha xará Clara

Estava eu escrevendo, de televisão ligada na TVI. Ouvindo e olhando as notícias pelo rabo do olho.
Chamou-me a atenção o encerramento das sapatarias Charles, cujo processo de insolvência se iniciou há um ano.
Mas mais surpreendida fiquei quando ouvi a voz de alguém sendo entrevistada a esse propósito.
Conheci-lhe a voz e depois o rosto. Fez-me soltar um OH! de surpresa.
Nem mais nem menos que a minha xará Clara Vieira, que conheci através do Sanzalangola. Com quem almocei no verão passado em Lisboa. E com quem falei a última vez ao telefone no dia que fez anos.
Afinal, o Sanzalangola também serviu para conhecer gente boa. E a Clara Vieira é uma delas.

Distracção???

Tenho uma pergunta para fazer.
As vossas vidas dão-vos que fazer? Ou têm uma vidinha tranquila, sem altos nem baixos?
É que a minha, dá-me tanto que fazer que me pergunto se sou eu que me ponho a jeito, ou se é fatalismo, bruxedo ou coincidência. Sempre comigo, sempre comigo...
Eu sou normaleca. Pago as minhas contas. Trabalho e cumpro. Sou boa cidadã. Tento ser boa mãe, boa irmã, boa tia, boa amiga e boa vizinha. Há coisas que de momento não sou, porque, enfim, não é? Não tem sido possível.
Porque raio me acontecem coisas que podiam ser repartidas? Um bocadinho a cada um e ninguém ficava prejudicado.
Ora bem. Sábado depois de ver a kanuca partir de férias, dizendo-lhe adeus chorosamente, mas contente ( paradoxo ) por sabê-la feliz por ir para a preguiça, vesti-me a preceito. Que é como quem diz, decentemente, para saltar para a rua.
Ainda pensei ir de taxi para o aeroporto.Que era para onde ia. Mas desisti, quando pensei que ia gastar o que podia fazê-lo doutra forma. O metro está ali a uns passos, quase 1 km, acho eu ). Pensei para com os meus botões: " maria clara, és uma pelintra por isso cumpre o teu destino e vai mas é de metro que é o transporte de todos os indigentes e não só, sobretudo ao fim de semana. E a frase que me deprime mas que às vezes acho que encaixa surge como por (des )encanto e como se paga pela língua, e eu que o diga que às vezes tenho-a bem comprida, a tal frase martelou-me os miolos - Quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré -
Encolho os ombros porque lagartixa tenho-a garantida, jacaré, logo lá chegarei. É uma questão de fé, para quebrar o lugar comum. No momento o que eu queria mesmo era que não fosse só eu a fazer a viagem ao aeroporto. Não que eu não seja espaçosa o suficiente para ser q.b. no que lá ia fazer mas porque há afetos e afetos. E estes são OS AFETOS.
Como tal, vesti-me um pouco deprimida. Um túnica às cores, da H&M, coisa quase dada e umas calças de ganga.
Saí para a rua, repito, sozinha. Levantei dinheiro no multibanco, único que conheço no Olival e prossegui o caminho. Fiz contas à vida e às horas e dar-me-ia para ir até ao Vasco da Gama. Daria uma volta pelos saldos, quiçá uma comprita, a nível dos trapitos, o que me animaria, e depois apanharia um taxi, aí sim, até ao aeroporto. O taxista iria rosnar, espumar e outros maus feitios que eles tanto acomulam, por a corrida ser tão pouco produtiva, mas teria que se aguentar à bronca.
Quando ia a atravessar a rua junto ao Senhor Roubado, gelei. Estava vento, mas não foi por isso.
A minha mão, na tentativa de fazer descer a túnica que subira com o vento, tocou na etiqueta. E depois nas costuras. Não. Não estava equivocada.
Estão a perceber, ou ainda não chegaram lá?
Eu cheguei logo. Estava a um quilómetro de casa, a pé, sozinha e tinha só a minha túnica, do avesso. Apeteceu-me chicotear-me. Em vez disso, fiz meia volta volver, e rumei a casa furibunda por esta minha existência distraída. Não me achei a menor piada, na altura, claro.
Assim que me apanhei em casa, ri, ri, à gargalhada.
É o que me vale. E a proeza valeu-me a desejada ida de taxi para o meu destino.
Pergunto-me se o meu subconsciente quis ser burguez e fez de propósito. Para que ficasse sem tempo e fosse obrigada a apanhar um taxi...
Coisa para psicólogo. Será? Ou foi mesmo uma distracção por não andar com as cinco oitavas no lugar? Nunca o saberei.

Comentando tralho III

A propósito do post " Tralho III " , kamba não resistiu e deixou um comentário que me fez voltar aos tempos em que um simples espalhanço era motivo de troça e de gargalhada geral. Eu incluo-me nessa geral.
MAAAAAAA, foi uma interjeição que me divertiu ao ler o comentário de kamba, que tem andado arredado.
Kamba sabe que esta é a minha praia e pareço peixinho dentro d'água, neste registo que de vez em quando usa e bem.
Saudades, tantas, tantas, e tralho por tralho então lá, onde os kanucos gozam os mais velhos com " MAAAAAA, a kota se quedou..." e nos fazem dizer meia dúzia de asneirolas completamente dirigidas, mas que aliviam e distraiem as dores físicas e não só, de um tralho bem dado, como têm sido os que ultimamente dou.

Kamba disse...

xéeeeeeeeeeeeeee num tax a comer ou kié????
si tava ao pé de ti ia te gritar 'MAAAAAAAAAAA'
Cumé então minha toda hora apanhar baçula......
ve lá mazé si ti mandaram uma onda...tens a mania da banga, te enfeitaste com as sandalha de cortiça ou kié, mas parece ki as kinamas num tão a aguentar os sartos....
cuidado se apanhas uns canucos aki da n'guimbi vão-te gastar e gritar:
MAAAAAA, A KOTA SE QUEDOU......UAÉEEEEE KIÁ KIÁ KIÁ KIÁ A BANGA LHE ACABOU!!!!!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

tanorexia


Tanoréxico é o indivíduo que é viciado em sol.
Aprender até morrer. É que nunca tal tinha ouvido.
A tanorexia é uma " doença " que obriga as pessoas a bronzearem-se cada vez mais, e o ano inteiro e mesmo estorricadas, acham-se branquelas, logo, feias, presumo.
Confesso que quando ouvi a definição de tanoréxico, me inquietei. E me questionei, de seguida, se acaso eu também seria uma tanoréxica, que se não sou viciada em sol, adoro-o. Não que me queime a pele mas senti-lo como afago. E vê-lo a brilhar nos dias, pela manhã, no quente do meio-dia ou a pôr-se no horizonte. Respirá-lo. Abraçá-lo. Escrevê-lo...
Não uso bronzeadores. Não estou horas esquecidas ao sol, na praia.
Não sou muito cuidadosa mas definitivamente não sou uma tanoréxica.
Não sou branquela e basta uma semana de praia ou piscina para ficar " negra ".
Neste momento estou castanha, mas não fiz assim tanto por isso. Depois, num solário ninguém me apanha. Deus que me livre meter-me numa coisa que parece um caixão e ficar ali ao deus dará até que se lembrem que sou um ser pensante e por isso em pânico com tão claustrofóbico método para me achocolatar.
Não, de facto não tenho perfil de tanoréxica, graças a Deus.
Só espero que quem sofre de tanorexia, se sujeite a um tratamento eficaz porque se assim não fôr, corre sérios, trágicos riscos, de vir a sofrer de outra doença, essa por vezes, muitas vezes, fatal.

reflexo de mim

Gosto de ti
Não sei se já te disse ou se advinhaste
Não quero saber
Não interessa se tu sabes
Gosto de ti como se fosses um lago transparente
De águas tão claras que me vejo reflexo de alguém
Que queria gostar tudo para ser igual a ti
Não sei se gostas de ti e de mim e da vida
Eu, vejo-te assim e é o que basta
Para gostar tanto de gostar de ti.

festival do Meco

Não. Não fui ao Meco. Nem vou. Gosto do Meco. Mas nunca me despi assim como a Eva, naquelas bandas.
Por falar em bandas, não. Não fui ao festival Super Bock Super Rock. Nem vou. Gostava de estar cara a cara com Prince, mas pronto...
Estou no sossego da minha casinha, refastelada no sofá, de companhia, vendo a Sic Radical. E o Festival em repetição.
E o que constatamos? Que há muita gente novinha, rapazes e raparigas, todos giros, modernos, desenvoltos, trabalhando para o canal televisivo.
-Tanta gente nova...
-Ainda bem. Pelo menos têm emprego. Tantas criaturas que se licenciam e depois ficam em casa. E assim os velhos jarretas, cheios de vícios e vaidades arrumam as botas.
- Pois é, mas falta-lhes o mais importante. Saberem falar.
-Tão! Os que sabem falar português vão para fora, falar a lígua dos países para onde vão.
Rimos ambos do nosso corte e costura.
E continuámos a ver a reportagem sobre o festival Super Bock Super Rock. Sem que deixasse de achar muito giro o Rui Pego, apresentador da Sic Radical e filho do angolano Rui Pego e de Júlia Pinheiro, que tem nos genes a locução e apresentação, logo, o miúdo, que está no bom caminho, faz-se. E assim teremos um apresentador novo que sabe falar português e sabe o que anda a fazer.

revelação?!

Que o homem é um charme, toda a gente sabe.
Que é um campeão, também.
Que é descontraído, afável e próximo eu tinha dúvidas por isso o benefício da dúvida.
Porque um campeão, ao contrário do que parece, não pode ser arrogante, mas, determinado, inteligente, seguro e trabalhador.
A sua entrevista foi uma revelação da qual eu desconfiava.
Gostei. Gostei muito do homem, pai de família, marido, e do profissional.
E gostei do que afirmou, sem vaidade, mas antes, com uma certeza própria dos que se distanciam de si e observam e concluem com inteligência.
" ACHO QUE O REAL MADRID ESCOLHEU O PERFIL DE TREINADOR CORRECTO "

Eh pá, curti bués o homem!
Ganda Mourinho!

domingo, 18 de julho de 2010

Mais Eu

É domingo, à noite. Mas não. Hoje não viajei nos sonhos nem na estrada de alcatrão caminhando pelas horas até agarrar a semana. Na angústia.
É domingo, mas parece que é sábado dos meus encantos e amanhã então, domingo da partida. E sim. Parto para a calmaria solitária e ansiosa de alguns dias e depois o descanso. Que espero. E o lazer. E o tempo bom do ócio consentido. E dos afectos.
E não vou sonhar o mar. Vou entrar nele. Banhar-me e sentir-me.
E não vou sonhar o sol. Vou recebê-lo e aproveitá-lo.
E não vou sonhar sombra e luz. Vou viver esse contraste.
E não vou sonhar lua cheia banhando o mar e prateando-o. Vou olhá-la, cantá-la, e fazer-lhe versos, se possível, de amor.
Hoje não tenho um banco para sentar e esperar. Tenho dois. Mas não vou sentar, nem esperar, nem sonhar. Não estou para aí virada.
Do lado de fora, quero contemplar-lhes a beleza que o artista fez nascer e trabalhou e com certeza poder dizer que hoje, com o meu amor parido de dores, medo e força, sonhado, e feito verdade, não preciso de mais nada.
Não quero esperar no banco sentada. Nem sequer preciso sonhar. Sozinha ou de companhia. Nada de sonhos.
Aguarda-me a semana. Ela sabe que eu quero que ela chegue mas que parta sem olhar para trás.
Apenas me apraz dizer: Obrigada. Porque hoje sou mais Eu.


polvo benfiquista

Oh Polvo da minha alma, o encarnado dá-te mais nas vistas não é?
Eu não sou polvo mas também escolho o glorioso para campeão nacional 2010/2011.
E quero vê-lo ganhar jogos, marcar golos e poder gritar: Vivoooooooooó Benfica!
(( obrigada pela imagem, amigo G.M., fartei-me de rir com este polvo com um gosto tão requintado e bateu-me uma vontade forte de a pôr aqui, para divertir os benfiquistas, enervar os portistas e inquietar os sportinguistas ( já aí vêm ? como não gostam de comentar já nos safemos, ah, ah, ah! )).

A Valsinha

Tralho III

Ah pois é! Repeti a dose.
Se alguma das minhas pessoas me dissesse que num mês se espalhara ao comprido na via pública, três vezes, das duas uma. Eu ia dizer que fosse mandar rezar uma missa, ou que fosse ao médico. Porque era demais. É demais. Não há físico que aguente. E o psíquico, então?
O corpinho fica escaqueirado de todo e a mente diz-nos que estamos a ficar velhotes. E o prejuízo que uma queda dá?
Esta hoje fez-me gastar 1 euro, numas chinelas do tipo havaianas, branquinhas, mesmo a emitar as ditas. Andam as criaturas asiáticas a trabalhar que nem mouros, para depois num qualquer Pingo Doce se venderem por um triste euro!
Depois de meter o pé direito num buracão, no meio de um passeio calcetado, andei no ar tipo trapezista e acabei estatelada no meio do chão aos ais e euês, incrédula, nesta inocência de não perceber porque raio caio eu tanto. Costumo fazer o número da valentona, que olha para todos os lados e se levanta sacudindo-se. Hoje não precisava de o fazer. Tive uma mão que me ajudou a levantar. E que se preocupou comigo. E veio o mimo que sobrou de criança ao de cimo e por uma unha negra não me atirei nos braços dessa mão a chorar por esta queda e por todas as outras que dei na vida. Restou-me um pouquinho da dignidade que apregôo muito, e ri-me amareladamente e lá me levantei. A minha sandália branca de cunha de cortiça ( acho que é esse o problema ), rebentou-se e fiquei descalça. Valeu-me uma vez mais a boa vontade da mão protectora, que me deixou sossegadita e foi comprar umas chinelas de meter no dedo ao Pingo Doce.
Nós iamos às compras e de costas ou de barriga teriamos que as fazer, por isso, mudei os meus pés para umas chinelas pindéricas, brancas, que foram escolhidas para fazer " pendant " com o relógio novo, branco, ( ahahahah ) e siga a marinha, bora lá fazer as nossas comprinhas.
Acrescento que não tenho tonturas, nem falta de equilíbrio. Ponho mal os pés no chão, ou ando com a cabeça no ar, que sei eu?! Mas hoje tinha mais do que motivos para os tirar do chão e voar. É que recuperei o meu pulmão. Pena que não fosse um pulmão voador...mas lá chegaremos.

92 anos hoje


UM MUNDO MELHOR PARA TODOS
Foi o que disse Nelson Mandela, hoje, dia em que completa 92 anos.
África está de parabéns, e Nelson Mandela também.

Cabra em chinês

Mandam-me para o endereço electrónico as previsões astrológicas. Porque eu quero.
O meu signo chinês é Cabra.
Hoje perguntavam se queria saber a que signo chinês eu pertencia. Pûs os dados para testar este serviço. Claro que deu Cabra como sempre. Li as suas caractrísticas e...gostei. Aqui estão. Posso falhar em alguns pontos, mas, estão lá. E as pessoas que me conhecem, melhor o poderão dizer.
É ou não? Bruxa!

Nome chinês:
YANG
Número de ordem:
Oitavo
Horas governadas:
1 p.m. - 3 p.m.
Direcção do signo:
Su-Suroeste
Temporada e Mês:
Verão - Julho
Signo ocidental:
Câncer
Elemento fixo:
Fogo
Tronco:
Negativo
É o signo mais feminino do zodíaco chinês. O nativo do ano da Cabra é o bom samaritano do ciclo. É virtuoso, sincero e fácil de deixar-se comover. Quase sempre é aprazível inclusive tímido. No melhor dos casos tem um espírito artístico e criativo; no pior, tende a deixar-se levar pelos sentimentos, é pessimista e fechado. O nativo da Cabra é famoso por sua bondade e compaixão. Sabe perdoar facilmente e é compreensivo frente aos defeitos alheios. Detesta os programas rigorosos, e não suporta nem a excessiva disciplina nem as críticas. Ama aos meninos e aos animais, agrada-lhe a natureza e é muito afeiçoado a sua família. Tende inclusive a sufocar com seus atendimentos maternos ao objecto de seu afecto. Dispõe de um humor variável e lhe é impossível trabalhar sob pressão. Também lhe é muito difícil ser objectivo. O aspecto exterior da Cabra, modesto e calmo, esconde bem sua decisão interior. Quando se sente ameaçado, o nativo sabe reagir com apaixonada firmeza, ainda que deteste combater. Se é arrastado numa discussão, prefere ter mau humor, mais do que dizer na cara o que o transtorna. Seus silêncios e seus mal humores obtêm provavelmente mais de quanto obteria uma cena colérica; e assim termina com frequência por sair-se com a sua. De menino, muito frequentemente uno dos pais ou ambos, o consentia. Os chineses crêem que às pessoas do signo Cabra a sorte lhes sorri porque têm uma índole pura e um bom coração. Dá muito tempo e dinheiro para ajudar aos demais. Quando não sabes a quem recorrer e não tens dinheiro, podes estar seguro que o nativo da Cabra não te negará uma mão. Terá sempre as três coisas mais importantes da vida: comida, refúgio e vestido. Onde vá, encontrará pessoas que o ajudarão. Um nascido deste signo geralmente tem um casal feliz e é amado não unicamente pelo cônjuge senão também pelos parentes adquiridos. Diz-se que um indivíduo da Cabra nascido em inverno terá uma existência difícil porque nesta estação defeituosa a erva e geralmente se trabalham as cabras.